Purcuntroço

LIZINAÇO JURUPINGA era um homem baixinho que andava todo sujo. À primeira vista era um fulano meio porco, mas quando se podia conhecê-lo melhor e ouvir sobre sua vida, já se poderia ter certeza de que ele era um ser humano nojento e asqueroso. Se formos falar sobre suas manias, iremos demorar demais, mas basta saber que ele desde criança, comia meleca de nariz. Jamais conseguiu deixar este hábito e o estendeu às suas relações conjugais. Gostava de comer meleca de suas parceiras.


O ADVENTO DA rádio deu a Lizinaço uma arma. Ele descobriu que não era o único que gostava de catota. Encontrou inúmeros comedores de ranho espalhados pelo país e formou a Associação Brasileira dos Degustadores de Secreção Nasal, pela rádio mesmo. Neste local, eles marcavam encontros onde pagavam prostitutas para ceder seu ranho para eles comerem.


ISTO LEVOU Lizinaço a outro desequilíbrio: virou gigolô! Aprendeu que o mercado de ranho é lucrativo e ele foi um pioneiro, aliciando meninas e até rapazes para essas surubas regadas à catota. A bem da verdade não existe uma legislação sobre esse tipo de prática, então Lizinaço passava nas escolas mais pobres da periferia e oferecia dinheiro aos jovens, apenas para eles irem nos encontros da Associação e ficarem lá sentados arrancando pitucas do nariz. Era um negócio bom para todos...


...MENOS PARA os verdadeiros gigolôs, os que dependem do sexo pago. As meninas começaram a sair da zona e ao invés de vender o corpo, vendiam ranho, que a esta altura já era muito mais lucrativo, pois os pervertidos começaram a gostar mais de ranho do que de sexo. E também existiam várias modalidades na Associação. Conforme o negócio tornou-se grandioso, os comedores de merda e os bebedores de xixi começaram a revindicar sua entrada na Associação, e Lizinaço, como um bom gigolô, aceitou todos os desequilibrados em seu clube, que mudou o nome para Associação dos Purcuntroços.


COMO ERA DE se esperar Lizinaço foi pego pelos gigolôs que ele empobreceu. E foi vítima de uma de suas próprias invenções, o “banho companheiro”, que consistia em pendurar uma pessoa a 3m do chão e socar comida e água em sua boca até ela começar a cagar e vomitar em quem está embaixo. As pessoas então aproveitam para rolar e fazer sexo sobre as fezes e o vômito. Porém os gigolôs não tiveram pena de Lizinaço Jurupinga, e socaram comida e refrigerante em sua goela até que ele morresse. Ele foi achado oito dias depois, na sede antiga da Associação.


E OS GIGOLÔS empobrecidos tomaram conta da nova instituição. Mudaram um pouco os métodos, para atender uma classe mais seleta, mas os fetiches continuaram os mesmos, baseando-se no sexo com ingestão de ranho, merda e urina, mas com uma mistura de pseudopedofilia. Os gigolôs conseguiram fazer seus clientes acreditarem que os excrementos das crianças são mais gostosos. E isto virou uma indústria lucrativa. Os gigolôs agora já não eram mais pobres e sua empresa dava lucros exorbitantes. Mas era necessário um nome de fachada, algo que fizesse com que as pessoas nunca desconfiassem sobre o que se passava lá na alta cúpula. E assim nasceu o Partido dos Trabalhadores Catoteiros.